Realizar a cirurgia bariátrica é apenas o primeiro passo de uma jornada transformadora, e o que você precisa saber sobre Intolerância Alimentar após a Bariátrica pode fazer toda a diferença entre uma recuperação tranquila e uma adaptação desafiadora
Emagrecer com saúde é o sonho de muitas pessoas, especialmente para aquelas que lutam contra a obesidade. A cirurgia bariátrica, como a técnica de Fobi-Capella, surge como uma aliada poderosa, mas você sabia que a jornada rumo ao peso ideal pode vir acompanhada da intolerância alimentar
Obesidade: Um Problema de Saúde Pública e a Busca por Soluções
A obesidade é muito mais do que uma questão estética. Estamos falando de uma doença crônica que atinge um número alarmante de pessoas no mundo, abrindo portas para uma série de problemas de saúde, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Diante dessa realidade, a cirurgia bariátrica tem se tornado uma opção cada vez mais popular entre aqueles que desejam transformar suas vidas e alcançar o bem-estar.
Mas, como qualquer procedimento cirúrgico, a bariátrica exige cuidados e acompanhamento médico especializado. É preciso estar ciente dos desafios que podem surgir ao longo do processo, e um deles, bastante comum, é a intolerância alimentar.
Intolerância Alimentar: Desvendando o Quebra-Cabeça
Imagine a frustração de passar por uma cirurgia para emagrecer e, de repente, se deparar com a dificuldade de se alimentar? A intolerância alimentar, caracterizada por reações adversas a certos alimentos, pode se manifestar através de sintomas como vômitos, diarreia, dor abdominal e a temida síndrome de dumping.
Mas, por que isso acontece? As causas da intolerância alimentar após a bariátrica são diversas e podem estar relacionadas às alterações fisiológicas decorrentes da cirurgia. A redução do estômago, por exemplo, diminui a produção de enzimas digestivas, impactando diretamente a digestão dos alimentos. Além disso, a mastigação inadequada e a introdução precoce de alimentos de difícil digestão também podem contribuir para o problema.
Fatores e Sintomas: Conhecer para Prevenir
Você sabia que a intolerância alimentar é mais comum do que se imagina? Estudos mostram que a taxa de prevalência entre pacientes bariátricos varia de 43,3% a 80%, um número expressivo que nos convida a aprofundar o conhecimento sobre o tema.
Segundo a pesquisa de Carvalho, Nogueira, Oliveira Neto e Limaverde (2018), 80% dos pacientes acompanhados relataram a presença de intolerância alimentar após a cirurgia. Entre os alimentos menos tolerados, destacam-se a carne vermelha, doces, arroz e alimentos ricos em gordura.
Mas, quais são os sintomas mais comuns da intolerância alimentar? Náuseas, vômitos, síndrome de dumping e disfagia (dificuldade para engolir) estão no topo da lista. É importante destacar que os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem ser mais intensos nos primeiros meses após a cirurgia.
Conhecendo as alterações fisiológicas provocadas pela cirurgia e a carência de publicações sobre a intolerância alimentar no pós-operatório, o objetivo deste estudo é descrever os fatores que estão associados à intolerância alimentar em pacientes que realizaram cirurgia bariátrica. (Paiva & Pinto, 2016)
Essa frase dos autores Paiva e Pinto (2016) nos convida à reflexão sobre a importância de entendermos as causas e os fatores de risco da intolerância alimentar, para que possamos adotar medidas preventivas e buscar soluções eficazes.
Superando a Intolerância Alimentar: Dicas Valiosas para uma Vida mais Leve
A intolerância alimentar pode ser um obstáculo na sua jornada após a bariátrica, mas não precisa ser um impeditivo para a conquista dos seus objetivos. Com algumas mudanças de hábitos e o acompanhamento de um nutricionista, é possível minimizar os sintomas e garantir uma boa recuperação.
Anote essas dicas:
- Mastigação: a chave para uma boa digestão. Mastigue bem os alimentos para facilitar o trabalho do seu sistema digestivo e reduzir o risco de reações adversas.
- Nutricionista: seu aliado para uma dieta equilibrada. O acompanhamento profissional é essencial para a reintrodução gradual e segura dos alimentos, respeitando as necessidades do seu corpo.
- Alimentos gordurosos e doces: evite ao máximo! Ricos em gordura e açúcar, esses alimentos podem desencadear a síndrome de dumping e outros sintomas desagradáveis.
- Proteínas: o combustível para a recuperação. Priorize o consumo de proteínas para fortalecer o seu organismo e manter a massa muscular.
- Hidratação: essencial para o bom funcionamento do corpo. Beba bastante água para se manter hidratado, especialmente após a cirurgia.
Conclusão: Uma Nova Relação com a Comida
A cirurgia bariátrica marca o início de uma nova fase em sua vida, e com ela, a oportunidade de construir uma relação mais saudável com a comida. A intolerância alimentar, embora desafiadora, pode ser superada com informação, disciplina e acompanhamento profissional. Lembre-se: você não está sozinho nessa jornada!
Referências:
Paiva LL, Pinto SL. Fatores associados à intolerância alimentar em pacientes no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Bras. Pesq. Enferm. 2016;31(3):203-210.
Carvalho LV, Nogueira GMB, Oliveira Neto J, Limaverde PT. Intolerância alimentar no pós-operatório de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica em um hospital público de Fortaleza-CE. Rev. Varia Scientia – Ciências da Saúde, 2018;4(1):29-38.