Soul Kitchen promove debate sobre a Amazônia

Soul Kitchen promove debate sobre a Amazônia SP

No dia 3 de setembro, o coletivo gastronômico Soul Kitchen de São Paulo recebe em seu espaço, nos Jardins, convidados especiais para um debate sobre a Amazônia e o projeto Vai Tapajós, que é realizado há 5 anos. O evento contará com profissionais como Alexandre Mutran, gerente de comunicação regional da TV Globo e que participou do Fórum da Virada Sustentável contando sobre a iniciativa Verdejando; o chef William Ribeiro, que cozinhou no Vai Tapajós; Alexandre Pernet, um dos idealizadores do projeto, entre outros.

O objetivo é promover um diálogo sobre como realizar um turismo sustentável por meio da cultura e gastronomia, como desenvolver negócios de impacto, falar sobre ações positivas que estão sendo feitas, que tragam benefícios e investimentos para a região ao longo de todo ano.

No dia 3/9, coletivo promove uma discussão sobre ações que estão sendo feitas por profissionais e comunidades por meio do turismo sustentável, cultura e gastronomia, e que geram benefícios para a região há 5 anos

“Em um momento como esse, em que se faz necessário falar sobre tudo o que vem acontecendo na Amazônia, queremos trazer um debate para mostrar também o que tem sido feito de positivo na região e de que forma podemos ajudar ainda mais com um turismo sustentável que fomente a economia local, preservando o bioma”, explica Pernet.

Além do debate, haverá também um jantar exclusivo, com menu tapajônico preparado pelo premiado chef Saulo Jennings, da Casa do Saulo – considerado o melhor profissional do Norte por dois anos consecutivos pela Prazeres da Mesa (2018 e 2019) em parceria com Paulo Yoller, do restaurante Meats, de São Paulo, que será o chef participante do Ano Novo de Alter do Chão este ano.

Vai Tapajós

Durante o ano todo, diversas iniciativas são realizadas dentro do Vai Tapajós. O projeto Lambe Lambe retrata o cotidiano de moradores que fazem a diferença e lutam diariamente pelo desenvolvimento econômico sustentável da região Amazônica e o Cozinha Tapajós, que tem por objetivo compartilhar conhecimento gastronômico, proporcionar debates e intercâmbios entre profissionais e comunidade. O festival valoriza a culinária tapajônica e busca aproveitar melhor os alimentos.

Em 5 anos do Réveillon Vai Tapajós, realizado pelo Soul Kitchen e Espacial Turismo, o evento já recebeu mais de 4 mil pessoas. Cento e vinte pessoas que trabalham todos os anos são nativas e grande parte do sucesso do projeto. Desde a cozinha até o apoio geral do evento, sempre muito receptivas com o público, o que faz com que a experiência seja ainda mais inesquecível.

Também foram registrados, só em 2018/2019, mais de 600 passeios de voadeiras contratados e cerca de 800 pessoas em hotéis e pousadas. O projeto promove o turismo e consumo consciente com o uso de copos biodegradáveis, cuias das comunidades, banheiros químicos certificados e coleta de lixo seletiva. No total de todas as edições foram mais de R$ 13 milhões em investimentos diretos.

Sabores da Amazônia viram cachaças e licores

Sabores naturais da Amazônia transformados em cachaças e licores artesanais

Bebidas são elaboradas aplicando técnicas para combinar de forma eficiente sabores naturais de frutas, cores e aromas do Pará

Júlia Bentes, fundadora da Daju Artesanal, empresa genuinamente paraense, que tem se destacado no segmento de cachaças e licores na região norte, é uma figura folclórica para muitos, e para outros apresenta modelo empreendedor de forma inteligente. Senhora com aparência e conversa jovem, além de proza agradável, Bentes sempre é convidada para participar de feiras que acontecem Belém (capital), e interiores do estado do Pará. Muitos garantem que as bebidas produzidas por ela é diferenciada devido valorizar a suavidade e o sabor natural das frutas.

Conhecida pela terra com sabores e aromas exóticos, o Pará desponta entre as estrelas nacionais com ingredientes de cultura indígena, e sendo a mais bem avaliada do país. A história de Júlia Bentes e a paixão pelas bebidas começaram há quatro anos. A empreendedora visionária, que tem formação em engenharia química, trabalhava no ramo de bolos e doces, e resolveu inovar em conceitos e prestações de serviços, e assim, iniciou uma nova atividade: produção de licores, com toques e sabores de frutas tropicais que a região Amazônica oferece em suas florestas.

De acordo com a empresária, os licores apresentam um grande diferencial, uma vez que são feitos com vodca. Optou por esse tipo de preparo devido à bebida favorecer na preservação do aroma natural e sabor. A linha de licores se destaca em 17 sabores: gengibre, jenipapo, laranja, tangerina, lima da pérsia, tamarindo, cupuaçu, bacuri, açaí, cacau, castanha do Pará, araçá, jambu e as novidades em chocolate, chocolate com pimenta e paçoca.

[blockquote author=”Júlia Bentes, fundadora da Daju Artesanal” pull=”left”]“A sensação ao tomar esta cachaça, é a mesma de uma cuia de tacacá, lotada de folha de jambu.”[/blockquote]

Após se consolidar no mercado de licores, Bentes acreditou que poderia se lançar para mais um desafio: apresentar ao mercado a tradicional cachaça de jambu – erva paraense que tem o consumo bem amplo, e famosa pelo efeito de adormecer a boca, além de promover vários benefícios à saúde. Através de várias pesquisas e experimentos, apostou na elaboração de uma cachaça com qualidade ímpar, com o realce das características sensoriais do jambu. O modo de preparo até o momento não foi revelado, mas relata que o sabor é diferenciado das demais. “A sensação ao tomar esta cachaça, é a mesma de uma cuia de tacacá, lotada de folha de jambu”, revela.

tamarindo
Tamarindo é uma das frutas utilizadas nos preparos

Com olhar estratégico investiu em trabalho e empreendimento, e está em constante crescimento de maneira saudável e consciente. Os processos aplicados para produção de bebidas, como a apuração, destilação, envelhecimento e engarrafamento são feitas de forma artesanal para valorizar a essência da bebida. Decorrente do sucesso de vendas da cachaça de jambu outros sabores foram criados: açaí, cupuaçu, jenipapo, pimenta e índio.

Júlia diz que o resultado do empreendimento também depende da desenvoltura da equipe de colaboradores. “Vejo minha equipe de colaboradores como uma família, pois temos os mesmos ideais, e o reflexo disso, é o crescimento gradativo, aliado a conquista e fidelização de clientes”, revela.

Premiada

Em junho deste ano, Daju Artesanal recebeu o Troféu Imprensa Marajoara, com a melhor cachaça de jambu, e única contemplada no segmento de bebidas em 2018. Mas a grande autora dessa história, diz que não quer parar por aqui, almeja voos mais altos, e já está ampliando o campo de vendas para outros estados, e futuramente pretende exportar para outros países.

“Hoje, a cachaça é vista como um artigo valorizado para quem sabe apreciar bebidas com olfato, paladar e visão. Os nossos produtos são genuínos e apresentam características diferenciadas, e a maioria delas encontradas somente em nossa região”, finaliza a empresária.