Conhecendo a gastronomia da Argélia

gastronomia da Argélia

Sempre em busca de novos sabores, esta semana o site 3 Talheres – Gastronomia na Capital teve o prazer de conhecer melhor a culinária típica da Argélia. Um jantar muito especial foi servido para jornalistas durante um evento realizado na residência oficial do sr Toufik Dahmani, embaixador da Argélia no Brasil. Foram apresentadas diversas delícias preparadas e supervisionadas pela própria embaixatriz, a sra Khedidja Dahmani.

Mas o que esperar da cozinha deste país localizado ao norte da África? Carnes, legumes e alguns ingredientes que sempre estão presentes na gastronomia árabe, como grão de bico e berinjela. Um dos destaques foi a sopa Chorba, com sabor levemente picante. Estava aromatizada com ervas frescas, tomate, trigo, especiarias e vários vegetais e legumes. A sopa é preparada com cordeiro ou carneiro e também leva grão de bico. Um prato que definitivamente se enquadra como comfort food.

[blockquote author=”Toufik Dahmani, embaixador da Argélia” pull=”right”]”A culinária argelina é, sem dúvida, tão diversa quanto a sua população. Essa diversidade, rica em história é o coração da Argélia.”[/blockquote]

Kefta Badandjel é nome dado para almôndegas de berinjela bem aromatizadas com coentro, salsa, alho, queijo ralado, farinha de rosca, ovos e um pouco de carvi. Khedidja explicou que o carvi é uma especiaria argelina. É da família do cominho, mas muito mais suave. Não rouba o gosto do prato, o que fez com que as almôndegas entregassem um sabor delicado.

O cuscuz não poderia ficar de fora. Poderia ser comido puro ou com carne e legumes com molho. Estava bem soltinho e leve. O embaixador comentou que o prato foi registrado como patrimônio cultural imaterial da região do Magrebe, que inclui também o Marrocos e a Tunísia. Não poderíamos deixar de falar também de um frango desossado com recheio de carne moída. Assado ao forno, foi servido com Tadjine Ezeitoune, que conferiu um sabor sutil da mistura de azeitonas, cogumelos e Ras el Hanout (uma mistura típica de especiarias).

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Delicioso, Lham Lahlou é popular especialmente no mês do Ramadã

Uma grande surpresa foi o Lham Lahlou, que é um prato de carne cozida doce com um molho salgado acompanhado de ameixas e damascos secos e croquetes de marzipã. Espetacular, é uma iguaria popular na Argélia, especialmente no Ramadã, mês sagrado onde a maioria dos muçulmanos pratica o jejum.

Entre quatro opções opções de sobremesa, estavam deliciosas tâmaras e um doce chamado Mhalbi, que é um parente do conhecido arroz doce brasileiro. A diferença que ele é um creme aromatizado com água de flor de laranjeira. Vai decorado com açúcar e pouca canela. Na mesa também estava Baklawa, um doce feito de frutas secas e muitas amêndoas, além de mel. Também leva água de flor de laranjeira. É bem doce, por isso tem que ser apreciado enquanto se bebe um tradicional chá de menta, que equilibra o açúcar.

Gastronomia da Argélia
Baklawa, um delicioso doce típico da Argélia

A embaixada afirmou que alguns ingredientes foram adaptados por outros brasileiros, já que nem tudo está disponível no Brasil. Mas o que pudemos observar é que o país possui uma gastronomia muito especial e familiar. Assim como o Brasil, vários povos fizeram o país como ele é hoje: árabes, franceses, otomanos, espanhóis, andaluzes etc. As sutis diferenças entre temperos e combinações de ingredientes não soam estranhas para o paladar brasileiro. Pelo contrário, fazem pensar sobre as possibilidades de legumes e verduras na cozinha.

A Argélia tem boas relações com o Brasil e o jantar foi um exemplo disso. O 3 Talheres ficou muito agradecido pelo convite, recepção e qualidade do jantar. Tudo preparado com muito carinho para os convidados. E aqui vai uma curiosidade que ressalta a união entre os países: o arquiteto carioca Oscar Niemeyer assina diversos prédios na Argélia. Sempre com suas linhas sinuosas, criou grandes obras por lá, como o auditório da Universidade de Mentouri, que se assemelha a um livro aberto.