Inflação é o maior desafio de bares e restaurantes em 2022

restaurante

Nem mesmo a melhora dos índices da pandemia e a flexibilização das regras de combate à Covid-19 por estados e municípios em todo o país têm melhorado de maneira consistente o ambiente de negócios de bares, restaurantes, lanchonetes, café e toda a cadeia do food service. De acordo com a nova pesquisa da série Covid-19, realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), pela consultoria Galunion, especializada no mercado food service, e pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), o fantasma da inflação voltou a assombrar o setor. 83% acreditam que a inflação representa o maior desafio a ser enfrentado este ano.

A pesquisa foi realizada entre os dias 17 de março e 7 de abril de 2022 com 817 empresas de todo o país e de diversos perfis — de redes a independentes – que representam cerca de 14 mil lojas. A preocupação com os custos está fundamentada nos recentes índices oficiais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, alcançou 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a maior taxa para meses de março desde 1994, antes do Plano Real, e a maior inflação mensal desde janeiro de 2003 (2,25%). Com o resultado, já são 7 meses seguidos com a inflação acima dos dois dígitos. Entre os grupos pesquisados pelo IBGE, alimentos e bebidas foi o de maior impacto no mês passado, com alta de 2,42%, mais que o dobro do segundo colocado, habitação, que subiu 1,15%. A alta é puxada em boa parte pelo reajuste dos combustíveis (6,95% em março e 27,48% nos últimos 12 meses).

“A inflação certamente é o maior desafio do setor para 2022, pois seu impacto é duplo, seja nos custos diretos como aluguel, CVM (Custo de Mercadorias Vendidas) e outros, mas também no passivo das empresas, pois os recentes financiamentos feitos pelo setor na pandemia, como o Pronampe, certamente serão corrigidos com a pressão também sobre os juros”, afirma Fernando Blower, diretor executivo da ANR.

Segundo Blower, a inflação pode até mesmo prejudicar a escalada de recuperação de algumas empresas que já começaram a melhorar o ambiente de negócios, sobretudo com o movimento no fim de 2021 e começo de 2022. De acordo com a pesquisa, de fato houve uma melhora no endividamento. Se na anterior, realizada em novembro, 55% se declaravam endividados, este percentual agora é de 41%, uma queda de 14 pontos percentuais.

Entre os que afirmam estar endividados, 15% devem demorar mais de 3 anos para quitação. 11% disseram que devem levar de 2 a 3 anos para pagar e 23% de 1 a 2 anos. Outro dado que preocupa diz respeito ao faturamento das empresas. 60% afirmaram que faturaram em fevereiro de 2022 igual ou abaixo da receita de fevereiro de 2019, um ano antes da pandemia.

RETOMADA

A pesquisa quis saber ainda sobre a retomada de consumo por parte dos clientes. Na pesquisa de novembro de 2021, apenas 34% responderam que os consumidores já haviam retomado os hábitos de consumo de antes da pandemia. Agora, esse percentual é de 51%, um aumento de 17 pontos percentuais.

Para Paulo Camargo, presidente do Instituto Foodservice Brasil (IFB), a pesquisa mostra que a quantidade de consumidores que estão retomando os seus hábitos de consumo vem aumentando de forma gradual, o que leva a ter expectativas positivas nesta questão. “Um ponto significativo é a atenção ao food service dentro dos canais digitais e a constante demanda na qualidade das operações de delivery. A pandemia acelerou essa tendência e agora os operadores devem estar mais atentos e se estruturarem para atender esse canal” complementa o executivo.

Segundo Simone Galante, CEO da Galunion e responsável pela pesquisa, é possível verificar que há uma renovação nas operações e cardápios, além da chegada de novos negócios ao mercado, muitos ancorados em marcas digitais e na digitalização do setor. “Sabemos que ainda existe a questão de o consumidor não ter voltado totalmente para os estabelecimentos de forma presencial, mas nos negócios onde as vendas já estão superando índices anteriores, 75% dos top performes que responderam à pesquisa esperam fechar o primeiro trimestre do ano com lucro, com relação ao resultado financeiro da operação.

Ainda com base no levantamento, vale destacar a importância que o delivery trouxe para o food service, devido às mudanças de hábitos dos consumidores. Os dados revelam que 89% dos ouvidos operam com delivery, e que 71% consideram este canal lucrativo. Outras ações também englobam as estratégias dos estabelecimentos, visando o aumento das vendas, como lançar produtos com novos sabores e texturas, com 57% das intenções, focar em promoções, ofertas do dia e ações de valor, com 52%, lançar produtos sazonais, frescos ou artesanais, representando 27%, e lançar produtos gostosos e indulgentes, para 26%”, finaliza.

Sobre a ANR

A Associação Nacional de Restaurantes é uma entidade de âmbito nacional, que representa empresários e colaboradores do setor de food service em suas relações com os poderes públicos, entidades de classe e junto à sociedade em geral. Além disso, contribui para o desenvolvimento dos negócios do setor e auxilia na permanente capacitação de profissionais para o segmento. Os associados da ANR reúnem hoje mais de 9 mil pontos comerciais no Brasil, entre restaurantes independentes, franquias e grandes redes de alimentação.

Sobre a Galunion

Especializada no setor de alimentação, a empresa atua como uma catalisadora de conhecimento, networking e inovação. Os serviços são voltados para negócios e profissionais que atuam no mercado de Foodservice. Fundada e comandada pela CEO, Simone Galante, a Galunion atua em projetos de consultoria estratégica e de inovação, monitoramento de tendências, pesquisas, educação, roadshows, laboratório culinário e outros eventos para o mercado de alimentação preparada fora do lar. Realiza também estudos quantitativos e qualitativos em parcerias com renomadas entidades como a ABF (Associação Brasileira de Franchising) e a ANR (Associação Nacional de Restaurantes).

Sobre o Instituto Foodservice Brasil (IFB)

Criado por iniciativa de representantes das principais empresas do setor, o Instituto Foodservice Brasil representa a união da cadeia de valor: fabricantes, prestadores de serviços e operadores, que juntos buscam soluções para temas que impactam o mercado de alimentação fora do lar.

Pesquisa mostra como restaurantes se adaptaram à pandemia

Medo de contaminação pelo coronavírus: queda do movimento desafia os restaurantes

A chegada da pandemia de covid-19 impactou diretamente o segmento de alimentação, em especial os restaurantes que foram obrigados a efetuar mudanças para minimizar os prejuízos diante deste cenário inesperado. Levando em consideração este período, a consultoria Galunion realizou uma pesquisa em parceria com a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) e o SindRio. O levantamento mostra quais foram alguns dos desafios que as empresas localizadas no Rio de Janeiro tiveram que superar durante a retomada dos negócios.

Inicialmente, os resultados mostraram que 31% dos entrevistados que contavam com mais de um restaurante precisou fechar, pelo menos uma unidade, durante a pandemia. Em consequência disso, 24% tiveram redução no faturamento entre 50% e 75% se comparado ao mesmo período do ano anterior; e 22% teve uma redução de 26% e 50% do faturamento. Como alguns locais registraram prejuízo, houve uma diminuição no quadro de funcionários, já que 51% demitiu na crise. Como pudemos observar ao longo dos meses, o delivery ou take Away (quando você apenas retira a refeição) foram as alternativas encontradas para atravessar o período. Sendo assim, 86% utilizaram tais canais como modalidade de vendas no seu negócio.

Levantamento ainda evidencia quais serão os maiores desafios para 2021

Ainda neste interim, as três formas mais utilizadas para captar pedidos pelos restaurantes de diferentes segmentos são iFood (86%), WhatsApp (64%) e Telefone (56%). Quando perguntados sobre a percepção de crescimento da modalidade após a reabertura para público, 39% disseram que houve uma diminuição no faturamento em mais que 10%; 19% registraram queda até 10% do faturamento; em 23% dos estabelecimentos o faturamento se manteve; e em 15% o faturamento cresceu mais que 10%. Vislumbrando um cenário com a aplicação da vacina neste ano, a estimativa é de que o delivery irá representar do 34% faturamento dos restaurantes no Rio de Janeiro, em 2021.

“Quando pedimos para que os entrevistados listassem os três maiores desafios para 2021, os mais citados foram evoluir e ampliar os canais de vendas, dentro ou fora dos restaurantes (76%), ajustar a oferta com menu atrativo, competitivo e rentável (60%) e ampliar os canais de relacionamento e fidelização de clientes (60%). Como recomendação, a palavra de ordem que estamos ouvindo é a resiliência. E resiliência no sentido de realmente compreender o impacto de algo na vida, superar com mais rapidez e agir em cima das consequências de uma maneira positiva. Então vemos que o ano de 2021 será de adaptação para o segmento e vai exigir a leitura com hiper atenção ao ambiente de negócios. Pensando em tendências, vemos o cliente seguir comprando para consumir fora do local, o aprimoramento do delivery e das experiências geradas pelo delivery. Outro ponto é o aperfeiçoamento da segmentação das ofertas de serviços para entregar ou para retirar para que o consumidor possa ser atendido nas suas ocasiões de consumo e em suas necessidades”, finaliza Simone Galante, CEO da Galunion Consultoria e responsável por esta pesquisa.

O presidente do SindRio e diretor executivo da ANR, Fernando Blower, revela que dentre os respondentes, 46% atribuiu à falta de confiança do cliente em voltar a frequentar bares e restaurantes uma das maiores dificuldades enfrentadas. “O trabalho do SindRio é constante na busca de soluções junto aos parceiros e ao poder público para trazer de volta a clientela. Uma das mais recentes conquistas foi a publicação da resolução conjunta que regulamenta a Lei de Mesas e Cadeiras. É fundamental para o setor neste momento de crise em que se reconhece o benefício de ocupar espaços públicos de forma ordenada, permitir que clientes se sintam confortáveis ao ar livre e evitem aglomerações”, finaliza.

Sobre a Galunion

Especializada no setor de alimentação, a empresa atua como uma catalisadora de conhecimento, networking e inovação. Os serviços são voltados para negócios e profissionais que atuam no mercado de Foodservice. Fundada e comandada pela CEO, Simone Galante, a Galunion atua em projetos de consultoria estratégica e de inovação, monitoramento de tendências, pesquisas, educação, roadshows, laboratório culinário e outros eventos para o mercado de alimentação preparada fora do lar. Realiza também estudos quantitativos e qualitativos em parcerias com renomadas entidades como a ABF (Associação Brasileira de Franchising) e a ANR (Associação Nacional de Restaurantes).