Flip agora é Zona Livre de Plástico

Redação

Por sua presença integrada à Baía de Paraty, a Feira Literária Internacional de Parati (Flip) tem, desde sua origem, a preocupação com a sustentabilidade e o uso consciente de recursos. Em 2022, a festa dá um passo além em seu compromisso com a mudança: nessa edição, foi estabelecida uma parceria com a ONG Oceana para reduzir o consumo de itens de plástico descartáveis no evento.

“Essa parceria inédita traz uma solução inovadora para a poluição marinha que batizamos de Zona Livre de Plástico (ZLP). Nelas não há fornecimento, comércio ou utilização de plásticos de uso único, que são descartados logo após a sua utilização. A criação de ZLP, em eventos do porte da FLIP, é uma forma de contribuir para a saúde dos oceanos”, aponta Lara Iwanicki, engenheira ambiental e gerente de campanhas da Oceana Brasil.

Na programação da FLIP, a Oceana participa ainda da mesa “Preservação, Biodiversidade em Questão, no dia 24.11, às 18h, na Casa M.A.R, com participação de Iran Magno (analista de campanhas), Vinicius Soares (secretário do meio ambiente) e Márcio Rogério Grogião (Secretaria de Agricultura e Pesca).

Festa sem poluentes

Uma série de ações foram tomadas para atingir esse objetivo, a exemplo do uso de 10 mil copos de papel em áreas estratégicas, para diminuir a utilização de copos de plástico e garrafas PET durante os dias de festa. Bebedouros foram instalados para que as equipes de produção e montagem possam usar xícaras e copos reutilizáveis durante o trabalho, diminuindo ainda mais a dependência dos galões e copos plásticos.

Em especial no Auditório da Matriz, palco dos aguardados encontros entre célebres nomes da literatura nacional e internacional, será proibida a entrada de copos descartáveis, garrafas PET e sacolas descartáveis. Além de fortalecer campanhas de comunicação para a conscientização de parceiros, colaboradores, equipe e fornecedores, incluindo a rede de pousadas e restaurantes de Paraty, foram feitas parcerias com a cooperativa local para a coleta seletiva e o direcionamento de resíduos recicláveis e, com as secretarias do Meio Ambiente e de Obras, para que essas ações tenham repercussão em longo prazo.

Zonas Livres de Plástico

A partir dessas iniciativas, a Flip pretende iniciar um processo para tornar-se uma Zona Livre de Plásticos (ZLP). Nessas áreas não são fornecidos, comercializados ou utilizados plásticos de uso único, reduzindo assim o impacto desse material no meio ambiente. O conceito foi concebido pela Oceana, a maior ONG internacional voltada exclusivamente à proteção dos oceanos, que tem como um dos focos de sua atuação o combate à poluição marinha por plásticos.

Globalmente, ao menos 8 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos anualmente. Isso equivale a um caminhão de lixo por minuto. Aqui no Brasil, a organização aponta em seu relatório “Um Oceano Livre de Plásticos” que, todos os anos, cerca de 325 mil toneladas de plástico chegam aos nossos mares.

A organização defende medidas concretas para solucionar o problema, como a criação de políticas públicas para a redução da produção de plásticos descartáveis. A aplicação da metodologia ZLP, demonstra que é possível ajustar “a pegada” de plástico a espaços coletivos que desejam se integrar à mudança. Desde escritórios corporativos, aeroportos, escolas, hotéis e quiosques de praia até eventos — como estamos fazendo na Flip.

Os plásticos descartáveis são uma ameaça duradoura para todas as espécies marinhas, para a natureza e para a humanidade. Uma vez no ambiente, o plástico – que é feito a partir do petróleo – nunca desaparece. O material se divide em partículas cada vez menores, chamadas microplásticos, que já foram encontradas por cientistas no sal, no ar e em nosso organismo (sangue, placenta e até no leite materno).

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