Brasil no 25° Salão do Chocolate de Paris

Redação

Mais de 40 produtores de cacau e chocolate de origem do Brasil se preparam para representar o País na 25ª edição do Salon Du Chocolat de Paris, maior evento mundial do segmento, entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro. Eles integram a Missão Empresarial Brasileira, que reúne empreendedores da Bahia, do Pará, São Paulo e outros estados para uma imersão no mercado europeu.

“O objetivo principal é ampliar a participação do Brasil no mercado internacional de amêndoas de cacau fino e de chocolate de origem com condições de ser exportado, impactando em um número cada vez maior de produtores brasileiros, além de aprimoramento e capacitação dos nossos empresários do setor de chocolate”, explica o empresário Marco Lessa, industrial e coordenador da missão brasileira no Salon há 11 anos, e idealizador do Chocolat Festival, com 18 edições já realizadas entre Bahia, Pará e São Paulo, hoje o maior evento de chocolate e cacau do continente americano.

O Brasil já foi líder mundial na produção do cacau como commodity. Atualmente em sexto lugar nesse ranking global, o País vem se destacando na produção do cacau fino e premium, investindo em tecnologia, pesquisa e inovação para obter amêndoas de alto padrão. Em paralelo, ações de estimula à verticalização da matéria-prima, com investimentos em capacitação, novas unidades industriais e a realização de eventos em todo país, tem permitido o crescimento anual do mercado de chocolate de origem, com qualidade e potencial para exportação dentro dos segmentos bean to bar e gourmet.

Cacau do Brasil – Essa elevação do status brasileiro no exterior é fruto de esforços dos produtores, tanto individualmente quanto através de suas instituições representativas, mas principalmente incentivados pelo projeto intitulado Cacau do Brasil, que há 11 anos atua na qualificação do processo produtivo e na promoção do cacau fino, contando desde o início com o apoio dos governos estaduais da Bahia e do Pará, onde se concentram as principais áreas de cultivo do fruto no país.

A Missão do Cacau do Brasil no Salon de Paris é hoje uma das mais importantes formas de divulgação e prospecção de mercado para o cacau brasileiro. “A capital francesa é um dos mais avançados centros do mundo no segmento e o evento é o maior ponto de encontro para participantes globais da cadeia produtiva”, ressalta o produtor baiano de cacau fino e chocolate Pedro Magalhães, presidente da Associação Chocosul.

Pesquisadora em Tecnologia e Ciências Agrícolas da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), Neyde Alice Pereira destaca que a importância do projeto Cacau do Brasil com a Missão Empresarial Brasileira é “estimular a capacidade dos estados produtores para pesquisar, avaliar e produzir cacau de qualidade; facilitar a articulação entre os produtores e fabricantes de chocolates especiais e finos, além de proporcionar o reconhecimento internacional com a premiação da excelência do cacau de origem brasileira”.

O número crescente de chocolates internacionais que consomem a amêndoa brasileira, incluindo marcas de chocolatiers franceses, evidencia os excelentes resultados alcançados com o projeto Cacau do Brasil. “A presença no Salon, todos esse anos e de forma profissional, evidenciou o amadurecimento e a retomada do Brasil como produtor de cacau de qualidade, e que estava esquecido. Outros países da América Latina passaram a ter uma postura mais agressiva na exposição francesa depois que o Brasil passou a ter uma presença mais ostensiva no evento. Isso tudo faz parte da estratégia que construímos em paralelo com os eventos no Brasil, como o Chocolat Festival”, observa Lessa.

O Salon Du Chocolat recebe anualmente mais de 130 mil visitantes e envolve mais de 500 expositores de 60 países em um espaço de 20 mil metros quadrados no Porte de Versailles, em Paris, França. O projeto Cacau do Brasil é uma iniciativa da APC – Associação dos Produtores de Cacau, em parceira com os governos da Bahia e do Pará, e desde 2017 tem suas ações ampliadas com a missão empresarial, uma promoção da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e de Investimentos) com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e conta com o apoio da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), parceira da Apex-Brasil no projeto de promoção das exportações do setor, o Brasil Sweet & Snacks.

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