3 Talheres - Gastronomia na Capital

Brazólia é uma nova opção para o happy hour

Brazólia Cozinha e Bar

O Brazólia Cozinha e Bar abriu as portas antecipadamente nessa sexta, 24 de agosto, para receber jornalistas e convidados. O evento teve como objetivo apresentar o estabelecimento e marcar uma mudança de proposta em relação aos outros estabelecimentos do grupo: Santa Fé, no Jardim Botânico; e do Basic Lounge, em Águas Claras. A noite foi festiva e, além da música ambiente, um saxofonista tocava enquanto caminhava por entre as mesas. Confira agora sobre a nova casa de Brasília.

Conheci parte do cardápio de entradas e petiscos da casa. Para ser mais direto, usarei a expressão de uma colega jornalista que estava à mesa conosco: “Aqui come-se bem”. As bruschettas (R$ 35), que abrem a ilustração dessa matéria, agradavam ao paladar e aos olhos. Os pastéis de queijo (oito unidades por R$ 29) estavam bem recheados, os croquetes de carne (oito unidades por R$ 29) eram grandes e o frango à passarinho com alho crocante (R$ 29) estava bem servido e acompanhado de molhobarbecue. Por sinal, vários pratos do restaurante eram decorados com flores ou pétalas – um detalhe que não passa desapercebido.

Brazólia Cozinha e Bar

As bebidas estavam ótimas. Provei duas caipirinhas e dois drinks. As caipirinhas (tradicional e de morango) estavam bem equilibradas e foram servidas em copos grandes. Meu drink favorito foi o Red Ice (50ml de vodca, malibu, suco de abacaxi, licor fino, citrus e gelo vermelho), que sai por R$ 25. Todos os drinks, os que chegaram à minha mesa e os que vi circulando, eram muito bonitos. Tenho certeza que voltarei a casa para tomar novamente outro Red Ice e para conhecer o resto da carta. Embora não tenha provado, tenho certeza também que meus colegas de mesa ficaram contentes com o chopp gelado que pediram.

O ambiente é agradável: moderno, bonito e funcional. O projeto arquitetônico é assinado por Leo Bucar. Adentrando ao ambiente, sentimos que estamos em um lugar diferenciado, mas sem muitas invenções. O espaço remete à arquitetura de Brasília – com cimento em evidência e alguns elementos industriais a mostra, sem nos fazer esquecer que estamos em um bar e restaurante. Em outras palavras, foi pensado para um happy hour. Um detalhe que chama a atenção para aqueles que gostam de tirar fotos é a linda parede de cobogós azuis.

A localização pode causar um pequeno estranhamento: SGON QD 03. Onde fica isso? Mais uma sigla que temos que decorar para transitar por Brasília. Para minha surpresa, é um ponto bem localizado e fácil de encontrar – atrás do Palácio do Buriti. E, um alívio nesses tempos de trânsito, fácil de encontrar vaga para estacionar. É um desses lugares que você se pega pensando: “Não sabia que aqui tinha comércio”. Mas é uma rua especializada em bares e restaurantes.

Brazólia Cozinha e Bar

Confesso que me surpreendi um pouco ao notar tantos venezuelanos trabalhando no estabelecimento. Por um segundo até pensei que estava em outro lugar. Não afetou em nada a a noite, pelo contrário, o serviço foi amável e receptivo. Uma boa sacada para abrir espaço no mercado de trabalho. Uma pena que nessa noite não pude conhecer os pratos, a “experiência restaurante”. Conheci a “experiência bar” e happy hour da proposta. Acredito que a casa ainda vá crescer mas o essencial já faz bem: oferece um ambiente agradável e propício para um encontro alegre com amigos e familiares.

Brazólia cozinha e bar
Endereço: SGON QD 03, Lojas 225/231. Setor Noroeste (atrás do Palácio do Buriti).
Telefone: (61) 3344-7399 ou @brazoliabar (no instagram)
Horário de Funcionamento: 11h30 às 2h, de segunda à segunda.

Máquina do tempo: o sorvete americano

sorvete americano

Podem ainda não ter inventado uma máquina do tempo, mas é possível voltar vários anos ao experimentar sabores marcantes do passado. E um exemplo claro disso é quando se tem a sorte de encontrar alguém que ainda faça o sorvete americano. A geração mais nova pode se confundir com o nome. Não é nenhuma franquia norte-americana e sim um tipo de sorvete bem mais simples e que, antigamente, era muito popular nas ruas.

Hoje em dia é muito comum achar máquinas que fazem sorvetes na hora, mas o assunto aqui é outra coisa. As populares possuem praticamente os mesmos sabores: baunilha, chocolate ou mista. A máquina que marcou a infância de muitas pessoas, entretanto, é uma relíquia. Com um gostinho de nostalgia, ela já encanta pela aparência, pois mostra uma infinidade de sabores coloridos. Cada cor representa um sabor, que poderia ser tutti-frutti, groselha, uva, maçã verde etc. Vale ressaltar que o sabor é bem suave, o que pode ser frustrante para os desavisados.

sorvete americano

O cliente escolhe o gosto que deseja e vê o sorvete sendo feito na hora. Não é algo rápido como nas máquinas atuais. É um processo mais demorado e que exige paciência. Mas vale a pena esperar e suportar o barulho produzido pela máquina. O sorvete não sai com um formato bonitinho e é comum também que ele já comece com a cor e gosto que o cliente anterior pediu! Tudo isso faz parte das coisas que lembram a infância.

A casquinha usada geralmente era aquela bem simples, que hoje só se encontra em distribuidoras de doces com maria-mole dentro. É uma casquinha bem leve e que tem aspecto de isopor. Em Brasília, já nos anos 2000, era possível degustar esse sorvete no Guará e na Feira dos Importados, mas agora é uma raridade. Dizem que existe em algum ponto do Parque da Cidade, mas é preciso confirmar essa informação. Em outros estados é possível encontrar, como em Cascavel, no Paraná.

Quem tomava na infância o significado do sorvete americano. Era um tanto simples e delicado, de uma época bem diferente. É injusto compará-lo com o que pode ser encontrado hoje. O que faz o sorvete americano ser uma experiência imperdível não é o gosto em si, mas a capacidade de fazer com que se reviva um período distante.


Agradecimentos especiais ao fotógrafo Cassio Crow por ceder a imagem principal que ilustra este texto.

Chef Gute: talento que cruza fronteiras

Chef Gute

O chef Gutembergue de Oliveira é soteropolitano radicado em Brasília. Desde 2016 mora em Miami, nos Estados Unidos. Por aqui, ficou conhecido por comandar o Buffet Oficina do Gourmet, que foi criado em 1994. Já na terra do Tio Sam, ganhou o título de #melhorchefdemiami e foi muito bem acolhido pelos norte-americanos e também pelos brasileiros que decidiram deixar o país.

Responsável pelos cardápios de casamentos, festas de aniversários e demais eventos, ele conquista as pessoas com seu carisma e talento gastronômico. Para o chef Gute, não existem pratos complicados para quem está há anos na cozinha. “A experiência na cozinha, paciência e principalmente amor nos possibilita ter habilidade na hora de preparar um determinado prato”, garante.

Na entrevista a seguir, o banqueteiro fala um pouco sobre essa sua etapa da carreira no exterior:

Chef GuteO que o motivou a deixar o país?

Eu sempre gostei de morar fora: morei na Inglaterra, Paris, Bolívia, Equador. Mas com a situação econômica do Brasil eu não conseguia crescer mais. Não tinha muita escolha de permanecer trabalhando tanto pagando muito impostos.

Tem algum ingrediente brasileiro que vc sente falta e que é mais difícil achar aí nos EUA?

Aqui nos Estados Unidos tem de tudo, temos muitos mercados brasileiros. Para falar a verdade não sinto falta de nada. Claro que há determinados ingredientes como os do Pará que realmente são mais difíceis de serem encontrados. Mas até no Brasil não se encontra em qualquer lugar.

É mais fácil ou mais difícil cozinhar para muitas pessoas?

Bem, para mim não é tão difícil cozinhar para muitas pessoas porque passei anos da minha vida me especializando nisso. Sou um banqueteiro viciado em cozinhar para muitas pessoas. Me especializei nisso.

Chef Gute

Qual a diferença do paladar brasileiro para o norte-americano?

Totalmente diferente. Embora aqui nos Estados Unidos temos todas as gastronomias do mundo, os americanos comem totalmente diferente do resto do mundo. Para começar em quase tudo leva açúcar e é bem acentuado o doce nas comidas. Comem muitas especiarias, além do famoso hambúrguer.

Você faz comida brasileira nos EUA?

Sim, a comunidade brasileira aqui na Flórida é muito grande. Faço feijoada, comida baiana, tudo que comemos aí no Brasil

O que da nossa gastronomia é mais apreciado pelos seus clientes de Miami?

Feijoada. Há uma curiosidade por parte dos americanos em prová-la.

Chef Gute

Você pode elaborar um menu especial para os leitores do nosso site?

Entrada

Salada de Baby Arugula com com bolinhas de queijo de cabras passada em crisp de Parma e molho de frutas vermelhas e Chimichurri de Salsinha

Prato Principal

Camarão ao Chutney de manga acompanhado de risoto de maracujá ao perfume de curry

Sobremesa

Panna Cotta recheada com pera ao molho de frutas vermelhas e creme de Vanilla

Culinária peruana cativa Brasília

Culinária peruana cativa Brasília

Chefs peruanos como Gastón Acurio e Virgílio Martinez, além do reconhecido chef Kenji Shiroma, do restaurante paulista Killa Novoandino, ajudaram a colocar a culinária peruana em evidência nos últimos anos no cenário da gastronomia internacional. Em Brasília são exemplos dessa boa recepção dos sabores e aromas andinos os restaurantes Taypá e El Point Peruano.

O desafio dos novos chefs peruanos é elevar o nível dos pratos ao padrão internacional sem deixar de lado a tradição e história de um país tão rico culturalmente. O chef Virgilio, por exemplo, é conhecido por ser um entusiasta da nova geração da gastronomia e, principalmente, por usar ingredientes indígenas, buscando outras raízes da cultura de seu país.

O chef Gastón Acurio aposta no uso de ingredientes tradicionais da culinária do Peru. Seus famosos Ceviches, por exemplo, trazem toda a riqueza dos sabores peruanos aos curiosos paladares por meio de uma apresentação dinâmica e moderna. Nesse sentido, Gastón Acurio é um chef que reforça os sabores tradicionais peruanos dentro de um contexto histórico e cultural.

Conheça um pouco mais das maravilhas da culinária peruana:

Pulpo Crocante – polvo preparado com uma mistura de ají panca e pimenta coreana, servido com cenoura, vagem e cebola. Apesar da mistura de pimentas, foi um dos pratos que mais surpreendeu pela predominância do sabor de frutos do mar.

Cabrito norteño – carne de cabrito cozida na cerveja, servida com arroz cremoso de huacatay (folha típica do Peru). O arroz levava um pesto de huacatay, ervilhas e tomate cereja. Fez sucesso entre vários paladares.

Culinária peruana cativa BrasíliaCeviche misto – peixe branco, camarão, lula e cebola roxa que são temperados com leite de tigre, mistura de suco de limão, caldo de peixe, cebola, coentro, pimenta dedo de moça e outros segredos do chef. Foi servido com batata doce e milho.

Cancha – espécie de milho peruano que estoura somente por dentro. Por fora, o grão permanece com aparência de cru. Na degustação, revela crocância e um sabor semelhante ao da pipoca.

Limeño y fresas – tradicional receita de suspiro limenho servido com morango marinado ao Pisco e pedaços crocantes de merengue.

Pecado de chirimoya – doce de chirimoya, semelhante à fruta do conde; servido com nozes e raspas de chocolate amargo.

Pisco e suas variações – o tradicional Pisco Sauer; a variação feita com maracujá, Maraca Sauer, e o Chicha Sauer, feito com um suco de milho roxo.